ANDIROBA
-Nome científico – Carapa guianensis Aubl
e Carapa procera, Carapa macrocarpa, Carapa nicaraguensis de Candolle (há
pequenas diferenças entre essas espécies), são usadas medicinalmente.
-Nomes populares – Andiroba, andirova,
andiroba do igapó, purga de santo Inácio. É reconhecida oficialmente pelo
“Ministério da Saúde do Brasil” como possuidora de propriedades
“Fitoterápicas”. A madeira da andirobeira é muito utiliza na construção civil,
para confeccionar batentes de portas e caibros utilizados na construção de
telhados.
-Família – Meliáceas (mesma do cedro e do
mogno, canjerana e cinamomo).
-Divisão – Magnoliophyta
-Classe – Magnoliopsida
-Ordem – Sapindales
-Família – Meliácea
-Gênero – Carapa
-Espécie – C.guianensis
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Freqüente no litoral norte do estado do Pará, no estado do
Amapá, estado da Bahia e baixo Tocantins até o estado do Maranhão. América
central, América do Sul, Caribe e África Central.
HABITAT
Em toda a Amazônia, nas
matas de várzea e nas faixas alagáveis ao longo dos rios e igarapés.
UM POUCO DE HISTÓRIA
A Andiroba foi descrita pela
primeira vez pelo botânico francês Jean Baptiste Cristopher Fuseé Aublet,em
1775,na Guiana Francesa, como pertencente à família das meliáceas.
É uma árvore de grande porte podendo atingir 30 m de altura, de
fuste reto e cilíndrico, com sapopemas na base casca grosa e amarga,
apresentando descamação em placas. A andiroba
é uma denominação indígena (Tupi Guarani) que significa sabor amargo
(nhandi-óleo e rob-amargo) e que é reconhecida oficialmente pelo ministério da
saúde do Brasil, como possuidora de propriedades fototerápicas.
A andiroba é uma árvore que dá frutos em forma de ouriços redondo,
formado por 4 valvas de 3 a 4 mm de espessura, coriáceas, duras de cor
parda,que quando amadurece,abre-se deixando cair no chão às sementes em número
de 7 a 9, semelhante à castanha portuguesa. Estas sementes são poligonais,
chata na parte interna e convexa na parte externa, casca lisa um pouco
esponjosa, cor marrom, recobrindo uma massa branca, levemente rosada, compacta,
mas pouco dura e oleosa, a semente contém aproximadamente 25% de casca e 75% de
massa oleaginosa contendo 43% de óleo é encontrado principalmente nos estados
do Amapá, Pará, Amazonas, Maranhão e Roraima, com predominância nas várzeas e
faixas alagáveis ao longo do curso d’água,geralmente formando associações com
as seringueiras e com árvores de ucuuba,jaboti e pracaxi.
O uso da semente de andiroba
é bastante antigo na Amazônia, no período de 1854 a 1864 o uso do óleo de
andiroba foi fartamente utilizado na iluminação por moradores da cidade de
Belém, sendo substituído pelo gás e, somente em 1896 foi utilizada a energia
elétrica durante a primeira guerra
mundial quando faltou querosene era muito comum no interior da Amazônia o
uso do óleo de andiroba para iluminação, antes que Edwin Creek iniciasse a
exploração de petróleo, com a abertura do primeiro poço em Oil Creek, Pensilvânia,
em 27-06-1859, a iluminação em grande parte era feita com uso de óleos vegetais
e animais. No século XX, no período de
1820 a 1880 o estado do Amazonas chegou a produzir de 3000 a 4000 de andiroba
por ano, para a iluminação, fabricação de velas e sabão, atualmente a sua
procura esta voltada para a fabricação de sabonetes e cremes de beleza finos,
como produto medicinal e na fabricação de velas de andiroba servindo como
inseticida natural. A indústria do óleo de andiroba teve origem na cidade de
Cametá, tanto que em 1893 2\3 da produção do óleo de andiroba em todo estado do
Pará provinha daquela cidade. Em 1908 o total de óleo de andiroba importado
pela cidade de Belém foi de 62 mil litros, a industrialização de oleaginosas
nativas da Amazônia muito se deve ao químico industrial italiano Celestino
Pesce (1869-1942), que emigrou para São Paulo iniciando uma pequena indústria
de chocolate, destilaria de óleo e álcool de milho, vindo para a Amazônia,
adquiriu em 1913 a Fábrica Industrial Cametaense, fundada em 1893 pelo padre
Antônio Ferreira da Silva Franco e pelo médico Vergílio de Mendonça, que se
dedicava principalmente à extração do sebo da ucuuba.
Dessa forma até 1913, a indústria de fabricação de óleo na
Amazônia era limitada à preparação de óleos com as sementes de andiroba dessa fábrica existente no
município de Cametá, esta fábrica consistia em um conjunto de três precárias
prensas de marca francesa e o óleo preparado era usado na iluminação, movelaria
e no preparo do sabão chamado cacau, servindo de cáustico as cinzas do fruto de
cacaueiro, com baixo rendimento e por isso paralisara. Esta fábrica de Cametá
adquirida por Celestino Pesce,em 1913,ficava no bairro Olaria e o povo chamava
de “Fábrica Grande”, passou a trabalhar outras oleaginosas e exportava para a
Europa e São Paulo.
PROCESSO
DE OBTENÇÃO DO ÓLEO DE ANDIROBA
Após a coleta das sementes estas são postas em um tanque com água
ou em um córrego por um período de 12 horas para separar as sementes
defeituosas que são encharcadas ou para matar por afogamento a broca “Hypsipyla
ferrealis” e com isso vão para o fundo ou promover a destruição da postura de
insetos no seu interior.
As dimensões deste tanque rústico para
atender a produção de 150 litros de óleo de
andiroba
é de 2m x 1m x 0,80m,com o encharcamento é
possível aniquilar os ovos que se encontram no interior do fruto que se
transformam em mariposas se deixar armazenar sem serem encharcadas,prejudicando
a obtenção do óleo.No sistema de extrativo, quando estas árvores estão nas
margens de curso de água os extrativistas somente recolhem as sementes que
estão flutuando,uma pessoa chega a coletar entre 200 a 300 kg de sementes por
dia de serviço.
O período da safra principal é nos meses
de janeiro e fevereiro que concentram 70% da produção de sementes, em condições
naturais as sementes perdem o poder de germinação rapidamente, para manter a
viabilidade, a melhor forma de armazenamento é em câmaras seca e úmida,
acondicionadas em sacos plásticos, a semente são plantadas sem nenhum
tratamento em recipientes individuais, contendo substrato rico em matéria
orgânica e em ambiente sombreado, a germinação acontece entre 25 e 35 dias
depois da semeadura, em seis ou sete meses, as mudas estão prontas para ir ao
campo, onde o desenvolvimento é rápido.A produtividade de um pé de andiroba
adulto de grande porte pode alcançar até 120 kg de semente, mas a média é de 20
a 25 kg - pé, esta árvore é alta e cresce a uma altura de 25 metros, a produção
de julho a agosto é considerada como a de melhor qualidade e rendimento de
óleo, essas sementes ficam de molho por 3 dias.
Depois de separadas as sementes
imprestáveis estas devem ser cozidas em um tacho que pode ser um tambor de 220
litros, com capacidade de acomodar 2,5 sacas ou 150 kg de sementes, esta deve
ser tampada com uma folha de metal (zinco ou lata) para evitar que as sementes
flutuem, iniciada a fervura esta deve ser mantida por até uma hora verificando
se já esta cozida,quando ocorre a separação da casca com facilidade,depois de
cozidas são retiradas da água fervente e colocando em caixotes de madeira com
dimensões de 1,50 x 2,00 x 0, 60, sendo que as diversas partidas de cozimento
podem ser misturadas com até 3 ou 4 dias seguidos, dependo do volume de extração,
há necessidade de vários caixotes de madeira e tacho de madeira.
No caso da impossibilidade de seu
cozimento, por problemas de indisponibilidade de tachos, de espaço para
fermentação ou secagem da massa é recomendado deixar as sementes até uma
semana, nesses caixotes de madeira são deixados por um período de 10 a 15 dias
para fermentação e logo a seguir é iniciado o descascamento das sementes, sem a
fermentação das amêndoas cozidas, a qualidade do óleo não é adequada.
A operação de descascamento das amêndoas
constitui a parte mais trabalhosa e dispendiosa da produção do óleo de andiroba, o trabalho de descascamento
desta semente, por causa da casca que adere fortemente à massa oleosa é muito
difícil de separá-la.
Uma pessoa bem treinada consegue descascar
3 a 4 latas de querosene de semente por dia, com o descascamento das sementes
que sofreram o processo de fermentação estas são transformadas em massa
equivalentes a de pão, só que de coloração marrom escura que são colocadas para
descansar aonde escorrerá o óleo, na forma de bolo, a relação é de 20 kg de
sementes cozidas produzem 5 kg de massa depois de descascadas, como essa massa
não podem receber umidade estas são colocadas para escorrer em barracões
cobertos de plástico ao abrigo de chuva e do sereno durante 15 dias no verão ou
20 a 25 dias durante o inverno, o calor do sol vai liberando o óleo contido na
massa que escorre em uma folha de zinco um pouco inclinado que deve ser
recolhido em um recipiente e a seguir armazenado em tambores de plástico com a
capacidade de 50 litros. O rendimento está estimado em um litro de óleo para
cada 20 kg de sementes frescas colhidas, deve-se mencionar que este rendimento
varia bastante segundo o procedimento utilizado e do volume de sementes que
esta sendo processado.
Diariamente deve ser efetuado o manuseio
da massa, sem o qual esta se torna empedrada, prejudicando a retirada do óleo.
Nessa operação uma pessoa pode manusear 200 kg de massa por hora, que é
efetuada durante cinco dias, para permitir o máximo escorrimento do óleo. A
área para permitir o escoamento do óleo cujo tempo pode levar até 25 dias
durante o inverno constitui outra grande limitação para a produção em grande
escala de óleo de andiroba. Em um galpão de 10m x 8m pode-se acomodar 1,5
toneladas de massa, com cinco carreiras de bacias de zinco de 0,50 x 1,00 e com
recolhedores improvisados com canaletas de bebedouros de aves. Este galpão deve
ser coberto com plástico transparente para permitir a entrada dos raios solares
e protegidas nas laterais para evitar a entrada de chuva. O rendimento esta
estimado em 1 litro de óleo para cada 20 kg de sementes frescas colhidas.
Algumas frabriquetas utilizavam prensas de parafuso ou um instrumento de palha
em forma de tubo com alças nas pontas para que possa ser torcido, utilizado
pelos caboclos na feitura da farinha de mandioca, o “tipiti” para retirar o
óleo remanescente da massa resultante depois de escorrer o óleo por mais cinco
dias, que em geral constitui-se um sebo de cor creme sendo coagulado no fundo
do vasilhame de armazenamento, este sebo tem utilidade na indústria de velas
como repelente de mosquitos e também em substituição ao escoamento por
gravidade e o rendimento era baixo, raramente atingindo 18%.Durante a década de
1970, os retos de ucuuba e andiroba foram bastante utilizados pelos
agricultores japoneses de Tomé-Açu para a fabricação de compostos orgânicos
utilizados para adubação de pimenta-do-reino, havia falta de matéria orgânica
para a expansão dos pimentais o que ocorria naquela cidade, a massa obtida
depois do cozimento das sementes, o seu descascamento e da extração foi
analisada no Laboratório de Solos da Embrapa Amazônia Oriental mostrou ser
extremamente rico em potássio (27,90%) e com menor teor de nitrogênio (1,56%),
cálcio (0,61%), fósforo (0,54%), magnésio (0,19%) e sódio (0,70%).
PROPIEDADES MEDICINAIS
DA ANDIROBA
A andiroba é uma das plantas
medicinais estudadas pela CEME (Central de Medicamentos do Brasil) ela contém
substancias como a oleína, a palmitina e a glicerina, são utilizadas no combate
de úlceras, dermatite, escoriações, e tem propriedades cicatrizantes a casca é
utilizada para o preparo de um chá contra a febre, o qual também serve como
vermífugo,transformada em pó,trata feridas e é cicatrizante para afecções da pele
.O óleo é utilizado há mais de um século pelas mulheres da Amazônia como
cicatrizante,principalmente em ferimentos causados por picadas de cobras, aranha,escorpião,
para contusões,inchaços,reumatismo,esfregando o óleo no local machucados,também
é utilizado contra calvície,funciona como reconstituinte da derme,eliminando
inflamações e dores superficiais,tumores e distensão muscular,também sabe-se
que esse óleo é utilizado como protetor solar e repelente de
insetos,especialmente os mosquitos do gênero Anapholes,transmissor da malária,a
casca tem ação purgativa na eliminação de vermes,transformada em pó,trata
feridas,sua folhas servem contra reumatismo,tosse,gripe,pneumonia e depressão.
Os índios usam a andiroba
como medicamento como parasita do pé e associavam a andiroba ao “urucum” (Bixa
Orellana L) como preventivo contra picadas de insetos. Os cientistas da FMT
(Fundação de Medicina Tropical de Manaus) realizam testes com a andiroba em
camundongos, mostrando a eficiência do óleo da andiroba, as pesquisas apresentaram
boas atividades inibitórias sobre o infiltrado celular no processo inflamatório
local induzido pelos venenos de jararaca e cascavel, os cientistas também
comprovaram que a ingestão de doses altas do óleo de andiroba pode ocasionar
inchaço no fígado por isso é recomendado o uso de doses pequenas por via oral.
O uso de doses altas pode
ocasionar também intoxicação é preciso fazer uso deste medicamento fototerápico
com cautela e bom senso ou com acompanhamento de um profissional da área de
fitoterapia com experiência e conhecimento sobre este produto.
VELAS DE ANDIROBA
O surto de febre amarela e de dengue,
ocorridos em alguns estados do Brasil fez com que a popularidade da andiroba
aumentasse, pois além dos princípios medicinais que curam ela tem o poder de
repelir mosquitos como o da febre amarela, da dengue e da malária, o produto
foi desenvolvido pelo instituto Far-Manguinhos
da Fio cruz a partir do bagaço da andiroba,o Laboratório da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro,emitiu um laudo atestando a
eficácia de 100% na repelência do mosquito aedes
aegypti,vetor da febre amarela e da dengue,este resultado nunca foi
encontrado em qualquer outro produto existente no mercado destinado ao combate
do mosquito,esse índice de eficiência é conseguido após 48 horas de uso e com
uma vela para cada 10 metros quadrados,em média,totalmente atóxicas,as velas
não produzem fumaça nem cheiro,o efeito das velas é inibir o apetite das fêmeas,que necessitam de sangue no processo
de fecundação,os efeitos da vela de andiroba valem para todos os mosquitos
hematófagos,responsáveis também pela transmissão da filariose (elefantíase) e
malária.
BIODIESEL DE ANDIROBA
O óleo de andiroba na Amazônia até a primeira metade do século passado
foi utilizado para iluminação de casas interioranas e mesmo de Belém, antes da
segunda guerra mundial, havia grandes indústrias na cidade de Belém que se
dedicavam à extração do óleo de andiroba, o qual era utilizado para a
fabricação de sabonetes, para movelaria e para indústrias farmacêuticas, que
desde os primórdios era utilizado na medicina popular da Amazônia.
Agora nos tempos atuais o que chama a
atenção é a descoberta de combustíveis alternativos como o biodiesel (de soja,
mamona, girassol) e novamente e novamente entra em cena a andiroba, como mais
uma alternativa, esta alternativa vem do estado do Acre desenvolvido pela
U.F.A. C (Departamento de Ciências da
Natureza e o I.N.P. A-Acre).
Uma
destas espécies e a “andiroba -de -rama” (fevillea cordifolia), que devido ao
seu alto teor de óleo (67%) e grande na região, possui potencial para produção
de biodiesel em escala industrial. O óleo foi obtido com hexano, à quente da
amêndoa triturada de andiroba-de-rama,os índices de
acidez,saponificação,peróxido e iodo foram determinados seguindo procedimentos
recomendados pelo instituto Adolfo Lutz,as reações de transesterificação foram
realizadas a 50 graus C a partir de 100ml de óleo de andiroba-de-rama e solução
1% de NaOH em álcool etílico seco sob Cão.Em primeiro ensaio foram adicionados
30 ml de solução e em segundo 55ml.Após o término da reação,evidenciando pela
mudança de coloração do meio,20 ml de glicerina foram adicionados para acelerar
a separação de fases.
A mesma reação foi feita com o óleo de
soja para efeito de comparação. A fase foi analisada qualitativamente através
de cartografia em camada delgada - CCD para verificar a conversão em ésteres
etílicos. Para isso o biodiesel e o óleo de partida foram dissolvidos em éter
de petróleo, clorofórmio e metanol. Analisando-se os cromatogramas obtidos,
eluídos em sistema de éter de petróleo, éter etílico e ácido acético e
revelados em vapor de iodo, verificou-se que os óleos de partida, apresentaram
duas manchas distintas, em Rfs a 0,25 e 0,61 para a andiroba-de-rama e 0,65
para soja duas manchas distintas às do óleo de partida, uma com RF pequeno,
0.16 para andiroba-de-rama e.A ocorrência da reação de transesterificação foi
confirmada através do aparecimento de o,10 para soja,e outra a 0,79 para
ambos,sendo esta corresponde aos ésteres etílicos.As intensidades das colorações das manchas com
Rf 0,61 (andiroba-de-rama) 0,65 (soja),e 0,72 (ambos) inferem que a conversão
em biodiesel foi maior para o ensaio utilizando 55ml,de solução de
alcóxido.Através do balanço de massa do processo,obtém-se como resultado médio
de reação de transesterificação de óleo de andiroba-de-rama 84,0% em éteres
etílicos,2,2% de material sólido,10,6% de glicerina e 3,2% de perdas para o
óleo de soja foi obtido 81,4% de biodiesel, 12% glicerina e 6,1% de perdas.
- Conclusão sobre o biodiesel de Andiroba-de-Rama
O ensaio mostrou ser variável a obtenção de biodiesel a partir de
andiroba-de-rama (fevillea cordofolia) sendo maior a conversão obtida com a
adição de 55ml de solução de alcóxido.
BIOPIRATARIA E A
ANDIROBA
Já faz algum tempo que a Amazônia vem sendo alvo de biopirataria
por parte de grandes empresas multinacionais que vem ao Brasil por tomarem
conhecimento da riqueza deste país em produtos naturais, existentes em nossas
matas e florestas, possuidoras de um principio ativo de cura ou repelente, como
é o caso da Rocher Yves Biolog Vegetale que patenteou a andiroba em vários
países entre eles França, Japão, União Européia e Estada Unidos, com o nome de Cosmetic or Pharmaceutical Composition containing an Andiroba Extract (Composição Cosmética ou
Farmacêutica Contendo Extrato de Andiroba) no dia 28-09-1999, outra que também
teve a mesma atitude foi a Morita Masaru que patenteou a andiroba no Japão com
o nome Antropoof Agent Using Andiroba Fruit Oil. Em face à denúncia na imprensa
nacional do acordo da Bioamazônia com a Novatis, o governo federal editou a
Medida Provisória 2.186, de 2001, que que condiciona o acesso a recursos
naturais à autorização da União e prevê a repatriação de benefícios, se houver
uso e comercialização. Resalta-se o controle que o controle da biopiataria
depende mais da consolidação de acordos e tratados que proíbam o registro e o
patenteamento de recursos naturais que não tenham sua procedência claramente
definida.
COPAÍBA
- Nomes Científicos – Copaifera R.Ducke
(Mari-Mari) pertence a família da leguminoase-caesalpinoide.
-
Nome Popular – Bálsamo da Amazônia, óleo da vida, óleo da Amazônia, óleo
do jesuíta, óleo de copaíba, pau-de-óleo (MG), podoí (PI, CE),
copaíba-da-várzea (AM).
- Florescem durante os meses de dezembro a
março, os frutos amadurecem em agosto-setembro com a planta quase totalmente
despida de folhagem.
- Constituinte - Porção resinosa (55 a
60%), ácido copaíbico ésteres e resinódes, porção volátil da resina (40 a 55%)
óleo essenciado que contém Beta-cariofileno (50-52%), Alfa-humuleno,
Beta-bisaboleno e menores quantidades de outros oito sesquiterpenos.
- Características morfológica-Altura de
dez a quinze metros, com tronco de cinqüenta a oitenta centímetros de diâmetro.
Copa globosa densa, folhas compostas pinatífidas, com três a cinco jugos,
folíolos alternos ou opostos, glabros, de quatro a cinco centímetros de
comprimento por dois a três centímetros de largura.
O nome copaíba é originário do Tupi-Guarani
“cupa-yba”, que significa árvore de depósito, também conhecida como copaibeira,
do Guarani, chamada de copaíva ou copahu pelos indígenas, que o utilizavam como
cicatrizante e no umbigo, que utilizavam principalmente como cicatrizantes e no
umbigo de crianças recém-nascidas para evitar o mal de 7 dias, os guerreiros
quando voltavam de suas lutas untavam o corpo com óleo de copaíba e se deitavam
em esteiras suspensas e aquecidas para curar eventuais ferimentos.
Foi o que os portugueses encontraram
quando aqui chegaram, tudo indica que o uso deste óleo veio da observação do
comportamento de certos animais que, quando feridos esfregavam-se nos troncos
das copaibeiras.A copaíba é uma
árvore de grande porte da família leguminosa é encontrada em todo Brasil,na
Amazônia,Minas Gerais,Mato Grosso,Mato Grosso do Sul,São Paulo,Paraná nas
partes mais úmidas do Nordeste,Guianas,Colômbia,Antilhas,México,Venezuela, ,ela
também é nativa da América Latina e África Ocidental,sua copa é globosa e
densa,podendo atingir de 10 à 15 metros de altura,o óleo é extraído dos frutos
da árvore,depois de filtrado apresenta uma consistência oleosa e tonalidade que
variam da cor amarelo-pálido a pardo-esverdeada,as vezes com ligeira
fluorescência.Os diversos tipos de óleos da copaíba podem apresentar diferentes
características branco aquoso,amarelo e de cor escura e mais consistente do que
os outros,a quantidade de óleo produzida e a sua consistência dependem de
fatores como clima,solo,idade da árvore,estado de saúde do tronco e modo de
explorar a árvore é de grande importância para os indígenas e povos da
floresta,após utilizam o óleo de copaíba no seu dia-a-dia,no século XVII,os
primeiros médicos do Brasil recém descoberto contornavam parcialmente a
escassez de remédios,cujo suprimento à colônia era irregular,recorrendo às
drogas indígenas,os viajantes se abasteciam dessas drogas,comprovadamente
eficaz,antes de se aventurarem por lugares desconhecidos,dentre essas o óleo de
copaíba era uma das que desfrutava de maior prestígio entre os viajantes,já os
colonos descobriram outras aplicações terapêuticas,empregando-o como
anti-séptico das vias urinárias e respiratórias,no combate a asma brônquica,do tétano
e nas doenças da pele.
UTILIDADES
DA COPAIBA
Seu uso é normalmente para é para fins medicinais como
antibiótico, antiinflamatório e até anticancerígeno (ainda em estudo),
infecções e inflamações em geral, anti-séptico, cicatrizante, podendo ser empregado
em feridas, eczemas, psioríase, urticária, furúnculos, nas seborréias e
irritações do couro cabeludo, doenças das vias respiratórias, como tose, gripe,
resfriados, bronquite e inflamação da garganta, disenteria, depurativo do
sangue incontinência urinária, corrimento vaginal, úlceras estomacais, herpes
labial e impede também o crescimento do typanosoma cruzi e protozoários é
eficiente em queimaduras, feridas, micoses, tuberculose, edema linfático,
urticárias e intestino preso. No Peru, o óleo de copaíba é utilizado no
tratamento de sífilis, catarros e dificuldades de urinar, embora existam várias
espécies do gênero copaíba, usada para a extração do óleo, todas apresentam a
mesma indicação medicinal.
As espécies mais conhecidas são a copaifera langsdorffii (região
Amazônica), copaifera reticulata (região Amazônica), copaifera officinalis (a
mais estudada, encontrada no México, Antilhas, áfrica tropical e no Brasil,
copaifera guianensis (Paraná), copaifera oblongifolia, copaifera nítida (em
Cuibá e Minas Gerais)), copaifera coriacea (São Paulo) e copaifera
ieutzelburgia. A madeira é indicada para a construção civil, como vigas,
caibros, ripas, batentes de portas e janelas, para a confecção de moveis e
peças torneadas, como coronha de armas, cabo de ferramentas e de vassoura, para
carrocerias, miolos de portas e painéis, lambris, tábuas para assoalho, etc.
FORMAS
DE EXTRAÇÃO
Extraído por meio de uma incisão no tronco, o bálsamo da copaíba
conhecido como óleo é uma secreção vegetal complexa, com odor aromático
característica, rica em diversos princípios ativos e produzidos por várias
espécies vegetais. Durante a formação, o bálsamo é acumulado em uma cavidade do
tronco e, através de frutos, é extraído artesanalmente, apenas uma vez por ano,
com o auxílio de tubos ou canaletas. O óleo de sabor amargo, depois de
filtrado, apresenta uma consistência oleosa e tonalidades que variam da cor
amrelo-pálido e pardo esverdeada, às vezes com ligeira florescência. Os
diferentes tipos de óleo da copaíba podem apresentar diferentes
características, branco aquoso, amarelo e de cor escura e mais consistente do
que outros, a quantidade de óleo produzida e a consistência dependem de fatores
como o clima, solo, idade da árvore, estado de saúde do tronco e modo de
explorar a árvore.
O ÓLEO DE
COPAIBA E A ODONTOLOGIA
A copaíba, planta originária da Amazônia é um dos componentes de
um novo produto odontológico, desenvolvido pela professora doutora Ângela
Garrida, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Ela produziu um cimento
endodôntico (colocado dentro do dente) à base de óleo de resina de copaíba, o
projeto ganhou menção honrosa na vigésima terceira reunião da Sociedade
Brasileira de Pesquisa Odontológica.
O cimento endodôntico é uma associação de pó e líquido que
endurece quimicamente ao se misturar, ele é usado para o preenchimento do canal
radicular, para fazer um tratamento de canal, é necessário tirar a polpa,
limpar e depois preencher o canal com este tipo de material, mas não se pode
preencher com qualquer produto, pois ele entra em contato com as células do
paciente. O produto deve possuir propriedades para um bom preenchimento,
explica Ângela, o sistema de canal deve ser vedado de modo compacto e completo.
De acordo com ela, não existe no mercado odontológico um cimento odontológico
um cimento endodôntico ideal que preencha os requisitos físicos e biológicos
pelo Instituto Nacional de Padronização da Associação Dentária Americana
(Ansi-Ada). Apatir disso surgiu o estímulo de desenvolver um novo produto que
apresentasse atividades propriedades “físicas – química” e de
biocompatibilidade satisfatórias e dentro dos padrões ideais. Muitos cimentos
existentes no mercado são irritantes ao tecido vivo periapical do paciente, foi
estudada então, uma espécie de planta da região aonde Ângela trabalha e estuda
criada e disponibilizada pela “Ufam”, a copaíba possui uma série de princípios
ativos com propriedades antiinflamatório, anti-séptica e cicatrizante, o
cimento endodôntico com copaíba foi desenvolvido e verificou-se que ele não
causa irritação tecidual e estimula o processo de cicatrização do paciente. O
novo produto cumpre todas as exigências da Ansi-Ada, como o tempo de presa,
solubilidade, espessura de película, estabilidade dimensional, escoamento e
radiopacidade. O novo cimento é até seis vezes mais acessíveis do que alguns
produtos disponibilizados no mercado além do baixo custo e de ser matéria prima
natural, a copaíba poderia ainda estimular o desenvolvimento de algumas
comunidades Amazônicas.
A população em geral dispõe de um novo produto odontológico com
excelente qualidade do ponto de vista físico e biológico, oferecendo a vantagem
de reduzir o custo do tratamento de canal radicular, é uma nova opção para todos
que forem realizar um tratamento odontológico e quiserem uma novidade, sem
pagar tão caro por isso.
O cimento já possui marca registrada (Cop – Endo), mas uma empresa
do Amazonas, especialista em produtos odontológicos exportados para vários
paises, se estruturou para comercializar o novo produto, a confecção das
embalagens já começou, o processo de registro na Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) ainda está em andamento, mas o cimento à base de óleo resina
de copaíba deve entrar no mercado.
COPAÍBA A FARMÁCIA NATURAL
Há um projeto de autoria de uma equipe multidisciplinar que
envolve pesquisadores de três instituições: Dra.Maria das Graças Muller, do
Laboratório de Farmacologia Aplicada, da Fundação Instituto Oswaldo Cruz
(Fiocruz-Farmaguinhos), no Rio de Janeiro, a Dra.Mônica Freiman de Souza, da
Faculdade de Farmácia da Universidade do Rio de Janeiro e o Dr.Osvaldo de
Freitas, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP).
O trabalho com o óleo de copaíba na Fiocruz é desenvolvido desde 2001.
Segundo a pesquisadora titular em saúde, a Dra.Wanise Barroso, que
faz parte do Núcleo de Inovação Tecnológica da Farmaguinhos Fiocruz, no Rio de
Janeiro, a pesquisa desenvolve uma manipulação farmacêutica. Os estudos trouxeram
a comprovação da atividade antiinflamatória do óleo de copaíba e o
desenvolvimento de uma formulação sólida contendo a fração volátil, esse tipo
de atividade já havia sido descrita na literatura e conhecida na medicina
popular, o que ainda não estava registrado era toda era toda a identificação
química do óleo de copaíba e sua viabilização como insumo farmacêutico, por
isso a importância da proteção patentária, explica o Prof.Dr.Osvaldo Freitas.
Todo o processo de extração do óleo de copaíba esta regulamentado,
o que possibilita o seu uso como produto final. Na medicina popular são
descritas inúmeras atividades, contudo, essa equipe estudou e comprovou por
enquanto, a sua ação antiinflamatória do óleo de copaíba, existem estudos ainda
não evidenciados, sobre o poder do óleo contra o câncer, como também sobre a
fabricação de um creme vaginal destinado a combater o vírus do HPV (Papiloma
Vírus), um dos causadores do câncer no colo do útero, problema que atinge cerca
de 30% das mulheres no Brasil.
Cientistas ainda estudam a reação do vírus em contato com a
copaíba, porém acreditam que o óleo poderá ajudar a aumentar o sistema
imunológico, muitas são as doenças para quais os pesquisadores buscam
tratamento e recuperações, muitas são as variedades de plantas existentes no
Brasil com um poder de cura fabuloso e muitas são as esperanças das pessoas
nesses estudos, espera-se que o óleo de copaíba,assim como outras plantas,venha
a trazer benefícios e expectativas que se tornem realidade para todos.
O ÓLEO DE
COPAIBA É TESTADO EM 9 TIPOS DE CÂNCER
Substâncias sintetizadas no laboratório a partir de componentes
isolados apresentaram resultados importantes contra nove linhagens de câncer e
contra tuberculose, inibindo ou matando células doentes, segundo estudos de
pesquisadores do Instituto de Química (IQ) e do Centro de Pesquisas Químicas,
Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp. O processo com a copaíba, executado
em nível de doutorado e patenteado em 2002, ainda carece testes toxicológicos
para averiguar se as substâncias não afetam também as células normais, o que
exigia estudos mais detalhados sobre a dosagem até que se chegue a uma
concentração que não seja tóxica.
O professor Paulo Inamura, do Departamento de Química Orgânica,
orientou a doutoranda Inês Lunardi em sua tese (Síntese do Sesterpeno a Partir
do Ácido Copálico-Determinação Configuração Absoluta do Produto Natural), ele
explica que uma serie de reações químicas envolvendo o óleo de copaíba levou ao
(-)- hyrtiosal,composto isolado da esponja
marinha e patenteado por cientistas japoneses em 1992.Aqueles testes
foram dirigidos apenas contra células KB,da leucemia,com dosagem de 3 a 10
micro gramas por mililitro em células doentes,o que é uma atividade
razoável,afirma o professor.
A aluna do IQ, segundo Inamura, sintetizou o (-)-hitiosal e também
compostos análogos, que passaram por testes no CPQBA, onde o professor João
Ernesto de Carvalho constatou atividades contra cancerígenas células de ovário,
próstata, renal, cólon, pulmão, mama resistente e melanoma, mais a leucemia. Os
resultados são próximos ou iguais encontrados na literatura envolvendo outras
substâncias.
O professor João Ernesto de Carvalho, coordenador da Divisão de
Farmacologia e Toxicologia do CPQBA, realizou as culturas in vitro e recorda
que uma das substancias, (-)-hyrtosal, foi a que apresentou atividade mais
seletiva, sobre a linhagem do melanoma, ele ensina que a seletividade é o que
torna o material interresante. Uma substância que destrói todas as linhagens de
células cancerígenas entra no primeiro critério de exclusão, pois provavelmente
mata as células normais, inviabilizando sua aplicação no paciente.
É impossível obter uma só droga que combata todos os tipos de
câncer, não se trata de uma patologia única, mas de cem doenças, cada qual com
etiologia, sintomas, progressão e tratamento próprios, acrescenta.
No CPQA, as substâncias foram deixadas em contatos com as
linhagens de câncer 24 horas,quando se interrompeu o processo para determinação
de concentração de proteínas,mostrando se houve crescimento, inibição ou morte
das células em relação às concentrações que variam de 0,25 a 250 micros gramas
mililito-faixa adotada também para drogas aprovadas, para passar aos testes in
vivo, Carvalho afirma que precisa de quantidades maiores das substâncias
sintetizadas.
- Dosagem
Apesar da ausência de testes citotóxicos, a tese de Inês Lunardi
preserva sua relevância enquanto pesquisa básica, caso as substancias afetem as
células normais, a limitação aumentaria, já que precisaríamos detalhar os
estudos sobre a dosagem, contudo isso acontece com muitos produtos conhecidos,
como veneno de cobra, muitas vezes letal numa picada, mas que em baixas
concentrações funciona com remédio, ilustra Paulo Inamura.
A vantagem deste processo está na obtenção das matérias-primas: a
copaíba, cujo óleo é extraído da perfuração do tronco (sem o corte da árvore),
não raro, uma quantidade razoável da droga natural necessita de toneladas de
matéria-prima, um exemplo é o taxol, aplicado em câncer de útero ou cólon, que
antes exigia o corte de 8 árvores (Taxus Brevifolia) de 100 anos de idade para
atender um único paciente, isto foi resolvido com o aproveitamento e a
transformação química da substância extraída de galhos e folhas de uma espécie
européia, a “Taxus Baccata”, explica.
Inamura é pessimista quanto a possibilidade de a indústria
farmacêutica nacional investir na pesquisa e viabilização de medicamentos à
base de copaíba, contudo acha que a solicitação de patente do processo de
transformação química foi um cuidado necessário.No Brasil costumamos sintetizar
substâncias academicamente e publicar
nossos trabalhos,quando há ocorrências de grandes indústrias do exterior que se
apropriam dos estudos realizados no chamado terceiro mundo,principalmente na
área de fito química.Pelo menos no instituto de química.Pelo menos no Instituto
de Química.
RESINA
DE COPAÍBA VIRA ANTIFLAMATÓRIO COPAIBA X DICLOFENACO DE SÓDIO
Milhares de anos de evolução produziram, na resina de uma árvore
comum na Amazônia e no centro-oeste, um medicamento antiinflamatório duas vezes
mais potentes que alguns dos mais populares do mercado hoje, mais uma vez a
ciência comprovou a eficácia de uma planta usada na medicina popular, uma
equipe da USP de Ribeirão Preto está explorando esse potencial.
Já sugerido pela medicina popular e desenvolveu uma maneira de
administrar a parte ativa do óleo da planta como remédio.
A árvore é a copaíba, ou melhor, o conjunto de árvores, já que se
trata de várias espécies com parentesco próximo entre si, do gênero copaifera.
Na verdade, nós usamos o extrato comercial, que vem de uma espécie, contou a
farmacêutica Mônica Freeiman de Souza Ramos, da UFRJ, ela acaba de concluir o
doutorado sobre o tema na Faculdade de Ciências Farmacêuticas USP, de Ribeirão
Preto, no projeto além de comprovar o papel antiinflamatório do óleo, a
medicina da Amazônia também usa como anti-séptico e cicatrizante, ela
caracterizou quimicamente o produto e criou uma forma de administrá-lo aos
camundongos que serviam de cobaia no estudo, o processo já esta patenteado.
-Desmanchando no Ar.
A pesquisadora
conta que o óleo, já bastante usado é composto por duas frações bem diferentes,
uma é mais pastosa, enquanto a outra é volátil, ou seja, alguns de seus
componentes podem evaporar problema número um, é justamente nesta fração
vaporosa que as propriedades terapêuticas do óleo parecem estar o principal
componente dessa fração é conhecido como cariofileno, embora outras substâncias
também estejam ali, o jeito foi pressionar a parte que interessava do óleo em
microcapsúlas, com tamanho entre 10 a 15 mícrons (equivalente a um milésimo do
milímetro), por um processo que lembra a produção de leite em pó. Como as
cápsulas são microscópicas a olho nu só é possível ver uma espécie de pó.
Pelo menos em camundongos, o pó surpreendeu, os
pesquisadores induziram inflamações nas patas e pleura (membrana que recobre os
pulmões) dos bichos e depois administravam as microcapsúlas com o óleo. O
potencial antiinflamatório foi cerca de duas vezes mais forte, no caso da
copaíba, termos um medicamento fototerápico com a mesma ação de um sintético,
que é o diclofenaco de sódio, um medicamento sintético de ação antiinflamatória
comprovada (mais conhecido como Voltaren e Cataflam).
Segundo a farmacêutica, ainda é cedo para falar de efeitos
colaterais, mas os dados dos roedores de Ribeirão e os outros obtidos por
outros pesquisadores sugerem que o óleo é pouco tóxico e não causa reações
adversas. A maneira como ele age também, precisa ainda ser elucidadas, mas há
indícios de que ele interfira com o sistema de sinalização química que
desencadeia a inflamação.
-Uso Sustentável.
Se tudo der certo, os testes finais de um medicamento
fitoterápico em humanos acontecerão daqui a cinco anos, estima a farmacêutica,
O fato é uma boa notícia para o manejo sustentável da copaíba, já que a
extração da resina mantém a árvore em pé (cada colheita pode ser feita a cada
seis messes ou um ano),é uma prova de como a biodiversidade brasileira,pode ser
bem explorada por todos nós sem destruição da natureza,hoje a planta já é
explorada pela indústria de cosméticos e vernizes.
É bom lembrar que os resultados da pesquisa não garantem
que qualquer tipo resina de copaíba vendida por aí terá o mesmo efeito
medicinal, há variações de árvore para árvore, e em algumas o conteúdo volátil
pode ser mais abundante. É preciso tomar cuidado com as falsificações
existentes no mercado popular, as resinas devem ser adquiridas de pessoas e
lugares confiáveis que garantam a sua autencidade e conheçam a sua procedência.
A COPAIBA E A BIOPIRATARIA
Após os
colonizadores comprovarem a eficácia da copaíba, ela entrou para as
farmacopéias (compilações contendo a nomenclatura das drogas, dos Fitoterápico
dos remédios simples e compostos de artigos farmacêuticos), como remédio
antiblenorrágico (combate a blenorragia doença contagiosa, habitualmente
transmitida pelo contato sexual, caracterizada por uma inflamação das vias
geniturinárias, seguida de corrimento purulento e dores durante a micção), sua
aplicabilidade se generalizou na medicina popular e passou a ser usado por
todos e em 1967, o óleo de copaíba já tinha sido registrado na farmacopéia
Britânica e,em 1820,na farmacopéia Americana. A primeira farmacopéia Brasileira
foi oficializada em 1920, apesar de a copaíba ser uma árvore encontrada em
várias partes do mundo, foi aqui no Brasil que seu uso medicinal se popularizou
primeiro pelos índios depois foi a vez dos primeiros moradores da colônia, que
futuramente se chamaria Brasil.
-Registrado em 24-12-1993, por Thechnico Flor S.A na França sob o
número FR2692480 sob o título (Nouvelles Compositions Cosmetiques ou
Alimentaires Renfermant du Copaíba – Novas Composições ou Alimentares Incluindo
Copaíba).
-Registrado em 06-01-1994, por Thechinico Flor S.A na Wipo-Mundial
sob o número W09400105 EP0601160.
-Registrado em 30-03-1999, por Aveda Corp, nos Estados Unidos sob
o nome Method of Coloring Hair or Eyelashes with Compositions Which Contain
Metal Containing Pigments and Copaíba Resin. (método de colorir cabelos ou pestanas com composição
com metal contendo pigmentos e resina de copaíba)
-Consideramos questionáveis a pratica de patenteamento de plantas
e cultivares tradicionais usadas pelas comunidades da Amazônia e o registro de
seus nomes como marcas, comentário do site amazonlink.org.
Pesquisa realizada por Henrique Aurélio
Coelho para o Curso de Ervas e Homeopatia
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