Lilith e a Liberdade Feminina
Por Claudia Lisboa
Onde entra a astrologia quando se trata do feminino,
das questões das mulheres, das diferenças, dos excluídos e das minorias? Lilith
é chave para entender essas questões, falo dela nessa mensagem e também em um
vídeo que você pode assistir aqui.
Já vimos anteriormente que Lua representa um canto
onde podemos encostar a cabeça, onde há um prato na mesa quando temos fome,
onde nós temos os seres queridos que podem nos acolher tanto nos bons quanto
nos maus momentos.
Na Vênus, nós encontramos nosso desejo, o desejo
possível, aquele que nos atrai, que faz nos sentirmos amados e que nos mostra a
potência de amar. São nossas trocas, os verdadeiros encontros. A posição da
Vênus vai mostrar como nós lidamos com essas relações que envolvem a profunda
afetividade, manutenção ou das separações das relações, enfim, das histórias de
amor.
Mas, em nosso mapa, temos uma mocinha – nem tão
mocinha assim – que merece atenção especial quando tratamos destes assuntos.
Astronomicamente, chamamos o ponto da órbita da Lua
mais afastado da Terra de apogeu lunar. Na astrologia, utilizamos a Lilith para
representar toda força oculta desta Lua Negra.
A Lilith é uma personagem da mitologia do antigo
testamento, que teria sido – segundo relatos orais que temos dos rabinos - a
primeira mulher de Adão. Lilith foi aquela que se recusou a se submeter à lei de
dominação masculina, à lei patriarcal.
É aquela que não se submete a nada, ela é
simplesmente fiel ao seu desejo. Nela, nós somos mulheres independentes. Homens
com seu feminino totalmente aberto e harmonizado podem lidar com as emoções e
com aquilo que verdadeiramente sentem, reconhecendo as mulheres e diferenças
como partes de um todo, e não uma segregação em que uns dominam e outros se
submetem. Na Lilith, nós gritamos pela nossa liberdade, lutamos para ser donos
do nosso desejo e do nosso corpo. Lá, tomamos nossas decisões independente de
nos sujeitarmos aos jogos da paixão e do amor. É onde também nós vivemos então
o exílio. É lá que nós sofremos muito com o abandono ou com a solidão. Mas é
uma solidão que nos ensina a sermos verdadeiros com aquilo que nós queremos, a
sermos libertários, a nutrir na nossa própria energia da nossa liberdade.
Com Lilith nós acolhemos aqueles que estão excluídos
de uma sociedade hegemônica. É lá que nós podemos nos encontrar com a nossa
verdadeira natureza amorosa.
Trabalhar com a Lilith é encontrar o caminho seguro
para restaurar as forças de uma alma desgastada, fecundando-a para trazer à luz
outras vidas.
Com força para seguirmos juntas,
Um forte abraço,
Claudia Lisboa
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