ESPINHEIRA-SANTA, Maytenus ilicifolia, cancerosa, erva-cancrosa, congorça
Na medicina caseira vem sendo
empregada de longa data no tratamento de problemas estomacais (gastrite e
úlceras). As pesquisas com esta planta inciaram-se na década de 60 estimuladas
por sua eficácia no tratamento de úlceras e até mesmo do câncer. Estudos
iniciais revelaram que esta planta, bem como algumas outras do gênero Maytenus,
contém compostos antibióticos que mostraram potente atividade antitumoral e
antileucêmica em doses muito baixas. Na medicina tradicional é usado atualmente
o emplastro de suas folhas aplicado localmente no tratamento do câncer de pele.
O decocto de suas folhas é usado em lavagens para o mesmo tratamento; seu uso
mais popular é no tratamento de úlceras, indigestão, gastrites crônicas e
dispepsia. Contra afecções gástricas e duodenais e gastrite crônica). Nos EUA,
o extrato de suas folhas vem sendo empregado para úlceras, para recomposição da
flora intestinal e inibição de bactérias patogênicas, como laxante, para
eliminar toxinas através dos rins e pele, para regular a produção de ácido
clorídrico do estômago e para vários outros males. (1)
Constituintes
químicos : ácidos tânico, clorogênico,
maytenóico, salasperônico, salicílico, d-amirina, taninos (4'-metil
epigalocatequina e seu epímero 4'-metil-ent-galocatequina), ansamacrólidos tipo
maitanosídeos, glucosídeos, triterpenos quinóides e dímeros (maitensina,
maitomprina, maitambutina, atropcangorosina A, pristimerina, isopristemerina
III, tingenona, isotingenona III, congoaronina, congorosina A e B,
friedooleanan-5-en-3, b-29-diol D, friedooleanan-29-ol-3-ona D, ilicifolina,
maitenina maitanbutina, maitolidina); diterpenos (dispermol, maitenoquinona),
lactonas (maitanprina, maitansina), cafeína, polifenóis flavonóides
(quercetínico e kaempferólico), substâncias nitrogenadas, carotenóides, óleo
essencial, mucilagens, açúcares livres; sais minerais (ferro, enxofre, sódio,
cálcio) e resinas; triterpernos friedelina, friedelanol, lupeol, lupenona,
simiarenol, beta-amirina, beta-sitosterol, estigmasterol, campesterol,
ergosterol, brassicasterol, a-tocofenol, esqualeno, ácido hexadecanóico, terpenóides
(maitesina), maiteno, leucoantocianinas, proantocianinas.
As sementes contém 10 a 12% de óleo fixo. O conteúdo de taninos pode chegar a
4,6%.
Propriedades medicinais da Espinheira Santa: adstringente, analgésica,
antiácida (poderosa), antiasmática, antiespasmódica, antidispéptica,
antiinflamatória, antiulcerogênica (casca em decocção), antisséptica,
antitumoral, aperiente, balsâmica, carminativa, cicatrizante, colagoga,
contraceptiva, desinfetante, digestiva, diurética fraca, emenagoga, eupéptica,
febrífuga, estomáquica, laxativa, reguladora da fertilidade, sialogoga, tônica,
vulnerária.
Indicações : gastrite crônica, gases, fermentações gastrintestinal,
doenças da pele (acne, eczema, eczemas, ulcerações, herpes, afecção
pruriginosas), moléstias do estômago, úlceras pépticas; males hepáticos e
renais; azia, vômitos e digestão, irritações estomacais, atonia gástrica,
hiperacidez, gastralgias; inflamação, vômito.
Parte utilizada da Espinheira Santa, Maytenus ilicifolia: folhas, cascas,
raízes.
Contra-indicações/cuidados :
não é recomendada para crianças, gestantes e
lactantes. Evite o uso em caso de hipersensibilidade (detectada em um número
reduzido de pessoas).
Efeitos colaterais da Espinheira Santa: pode provocar contrações uterinas e reduzir
a produção de leite nas mulheres.
O extrato aquoso é abortifaciente em ratas grávidas (100mg/k g i.p.) e
citotóxica em células Leuk-P 388, CA9kb e V79.
A administração por via oral de infusão e liofilizados de folhas, não mostrou
qualquer efeito tóxico em doses de até 1.600 vezes superiores aquelas
recomendadas.
Modo de usar
- A infusão das folhas, o chá das cascas e raízes (preparado por decocção) e os
extratos, tinturas e cápsulas são indicados para o tratamento de úlceras,
indigestão, gastrite crônica, dispepsia, constipação intestinal, eczemas, falta
de apetite, astenia, asma, flatulência, anemia, insuficiência hepática, doenças
dos rins e bexiga, feridas e furúnculos;
- Infusão: 2 colheres das de sopa de folhas secas picadas ou 12 folhas frescas
grandes em 1 litro de água. Tomar antes das principais refeições;
- Decocção: 30 g de folhas picadas em ½ litro de água. Ferver e, após esfriar,
tomar 3 xícaras ao dia (úlcera interna);
- Compressas: ferver 10 folhas em ½ litro de água. Esfriar e aplicar
topicamente em feridas;
- Tintura: 2 colheres das de sopa a cada 8 horas;
- Infusão: 20 g para 1000 ml de água. Tomar 3 a 4 xícaras ao dia;
- Pó: 400 mg de pó, 1 a 2 vezes ao dia;
Obs.:
- atualmente, o tratamento de câncer é bastante estudado;
- uma pesquisa prévia revelou que a Espinheira Santa, Maytenus ilicifolia
possui compostos antibióticos (maitesina e maiteno), com potente ação
antitumoral, especialmente contra a leucemia.
http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Maytenus_ilicifolia.htm